terça-feira, 30 de março de 2010

Vendo as coisas por outra perspectiva - parte 2

Pois é, estou realmente filosófica. Demorei mas resolvi escrever a segunda parte (ainda tem mais por aí) desses posts.


Depois de algo fútil como cabelo, vamos a algo mais prático que muitas pessoas vivenciam. A visão.


Meu pai é daltônico e eu sempre fiquei muito intrigada em como ele vê as coisas. De vez em quando eu pergunto pra ele como é, mas como ele sempre viu as coisas do jeito que ele vê, ele não tem como me explicar o que é diferente.


Provavelmente por causa da minha profissão e também de um certo descaso meu às orientações de descansar a vista e fazer exercícios eu passei a precisar de óculos. Inicialmente eu achava estranho que a uma pouca distância eu já não conseguia ler quase nada, por exemplo em placas na rua. Os contornos das letras se desfaziam. Por um tempo eu achei normal, depois passei a perguntar a pessoas que estavam comigo se elas conseguiam ler o que eu não conseguia e elas diziam que sim. O cúmulo foi quando eu já não conseguia enxergar o que estava escrito no laptop se estivesse um pouco mais para trás na mesa. Aí eu decidi ir em um oftalmologista.


Segundo ela eu tenho um pouco mais de um grau de astigmatismo em um olho e muito pouco (acho que é meio grau) de miopia em outro. E que eu só precisaria usar o óculos para ler, usar o computador, essas coisas. Mas quando eu coloquei o óculos e tudo ficou mais nítido, não tive a menor vontade de tirar o óculos. E eu sou uma leitora voraz, eu leio tudo que passa pela frente, me incomoda muito tentar ler alguma coisa e não conseguir.


Então, novamente, a questão fundamental: eu nem sabia mais como eram as coisas na nitidez correta. Usar o óculos foi como se me mostrasse um novo mundo, muito mais interessante do que o anterior. E eu agora sei que eu tenho um problema e que ele tem solução.


Quantas coisas na nossa vida não são assim? Estamos há tanto tempo convivendo com problemas que já não conseguimos imaginar como é a vida sem eles. Às vezes até achamos que a vida é assim mesmo e que não pode melhorar. Ou até o contrário: temos ideais surreais que nunca podem ser alcançados e, comparados a eles, a vida parece sempre ruim.


Então o que fazer? Uma boa pode ser parar para pensar na vida, comparar com outras métricas. Tentar ver outros lados dos problemas e também outros lados das partes boas da nossa vida. Deixar os ideais surreais e analisar os fatos. Considerar a opinião de pessoas "de fora", seja amigo, namorado, psicólogo. Olhar para tudo com novos olhos.


Talvez o problema e a solução estejam embaixo do seu nariz e você não sabia nem que tinha um problema, muito menos que ele tinha solução :)

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