terça-feira, 24 de julho de 2007

De sonho a pesadelo

Vim a Belo Horizonte realizar um sonho, trabalhar no Google. Porém, como uma coisa difícil de acreditar, acabei saindo do Rio de Janeiro para ir para Belo Horizonte e aqui sofrer um assalto a mão armada praticamente na porta de casa. Já é a segunda vez em menos de dois meses que tenho problemas com segurança (vide meu post anterior) mas eu nunca achei que eu teria que ter medo de ir para casa. O meu sonho se tornou um pesadelo.

Por sorte, eu não estava sozinha, estava voltando do shopping com o meu namorado às nove e meia da noite quando fomos abordados por dois assaltantes, um com uma pochete onde ele guardava o revólver. Levaram minha bolsa com todos os documentos, celular, cartões, outras coisas importantes como a chave de casa e do meu namorado, além de levar carteira com documentos e celular, levaram o tênis dele, o único que ele trouxe ao me visitar vindo do Rio de Janeiro , e a passagem de volta que ele tinha na carteira. Tivemos sorte porque eu tinha algum dinheiro no bolso que não foi levado e ele tinha outra cópia das chaves de casa, além de um celular extra que não foi entregue aos assaltantes. Ligamos para a polícia que levou 20 minutos para chegar e não fez nada além de coletar dados para fazer o boletim de ocorrência. Duvido muito que eles tentaram procurar assaltante ou bolsa ou qualquer coisa. Depois do que eu vi, a minha confiança na polícia diminuiu muito.

Tivemos sorte pelas duas partes estarem com uma certa calma, o assaltante não chegou a apontar a arma para nós ou ficar nervoso ou nos agredir de forma nenhuma, mas é algo que me atinge de forma incalculável. Não quero mais morar neste apartamento, neste bairro e estou desgostando cada vez mais desta cidade. No Rio de Janeiro eu me sentia muito mais segura. Nunca fui assaltada dessa forma lá.

Estou profundamente decepcionada com o bairro e com as pessoas desta cidade, que ao invés de tomar uma atitude se escondem em casa após o anoitecer.
Nós no Rio, quando achamos que a nossa rua está insegura, fazemos uma vaquinha e contratamos seguranças para evitar essas coisas. Eu já reparei e tive a confirmação do chaveiro, que chamei para trocar o segredo das minhas fechaduras, que ninguém fica na rua à noite. É tudo deserto. Segundo ele, passando das 7 não se vê mais ninguém. Todos se escondem em suas casas atrás de cercas elétricas.

Achei que o bairro fosse tranquilo, pois é um bairro residencial, com muitas casas e prédios bonitos, não acho que tenha nenhuma favela perto, tem comércio local bem perto do meu prédio e, pelo que eu vi por aí, tinha a criminalidade diminuída pela vigilância da polícia e dos próprios moradores, de acordo com um programa da polícia. O que eu vejo é que é um bairro de pessoas apavoradas com a violência que tem aqui e que têm medo de andar na rua à noite ou até de ficar em frente à sua casa. Nunca vi um carro de polícia vigiando nada, é um lugar ermo à noite. Eu deveria ter desconfiado que em um lugar onde todos os prédios e praticamente todas as casas têm cercas elétricas de que alguma coisa estava errada.

Sofri em todos os sentidos. O meu querido banco é esperto ao ponto de que, para que eu somente solicite um cartão novo eu tenha que ir na minha agência original, que ainda é no Rio de Janeiro. Não tenho conta dele aqui porque quero abandoná-lo, já que ele é tão compreensivo e prestativo, e estou tentando abrir conta em outro banco. Ao tentar sacar dinheiro para fazer alguma coisa, falei com um caixa muito mal-educado que me disse que era impossível sacar dinheiro sem cartão. Interessante, não? Eu sou assaltada fora da minha cidade original (digamos que eu estivesse viajando) e se roubaram a minha passagem junto, eu não posso voltar para a cidade da agência nem posso pedir um cartão novo ou tirar dinheiro. O banco realmente se preocupa com o cliente. Depois fomos ao Banco do Brasil, pois o meu namorado tem conta lá e ele pode pedir a segunda via do cartão em qualquer agência, muito mais razoável, e ainda pode pedir para enviar para outro lugar. Voltamos então no Bradesco (banco que eu estou abandonando) para falar com alguém mais qualificado e falamos com uma pessoa de outro atendimento, não sei se é gerente, mas é mais do que caixa, que nos informou que com outra pessoa eu podia sacar com um documento de identidade, enviando uma solicitação à agência original e esperando a resposta dela, terminando com uma parte dos problemas. Agora eu até posso ir no Rio de Janeiro para solicitar o meu cartão. Eu fiquei impressionada com o nível de assistência que o banco oferece aos seus clientes. Assistência internacional então, nem pensar... vou correr dele enquanto posso...

Não tenho mais vontade de sair de casa, me contaminei pelo povo local: não vou mais sair ou voltar para casa à noite, só de taxi e mesmo asssim com medo. O chaveiro me falou que só nesta semana ele trocou 3 fechaduras da vizinhança pelo mesmo motivo. Inclusive falou que uma pessoa foi assaltada quando estava entrando em casa e levaram as chaves também e que, no mesmo dia de noite, entraram no prédio e roubaram coisas dos carros ou da casa da pessoa. E que isso foi na minha rua, no meu prédio ou no do lado. Eu quero me mudar, vou me mudar, estou disposta a pagar a multa de rescisão de contrato do aluguel. Mas para onde vou? Onde é seguro? Até agora não sei de nenhum lugar seguro aqui e como vou saber? Vou visitar os locais que pretendo morar à noite para ver se sou assaltada ou morta? Será que a cidade do Rio de Janeiro é mais violenta mesmo?

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Morando sozinha

Desde o dia 15 eu já estou morando sozinha. Comprei para a casa só o essencial: uma televisão, um microondas e colchonetes. Agora comprei um colchão e cama e eles acabaram de chegar. Pelo menos não vou mais ficar incomodada com o chão duro :)

Até que não tem nada de mais morar sozinha. Como eu não cozinho muito (a única coisa que eu faço são sopinhas e miojos) nem tem tanta coisa pra arrumar: só levar as roupas para lavar na lavanderia, já que ainda não tenho uma máquina de lavar, e de vez em quando dar uma limpada na casa. Como eu não fico em casa para sujar, nem tem muita coisa para limpar também. É muito tranquilo e com internet e televisão eu nem me sinto sozinha ou entediada :)

Tem algumas coisas que estão me incomodando um pouco: a quantidade de morros (em especial onde eu moro, que é mais alto que a cidade - a minha vista é a cidade de cima) e as ruas desertas. Não sei se eu só ando por lugares ermos, mas depois das 8 e meia da noite, não se vê mais ninguém na rua. Isso me incomoda muito, eu saio tarde do trabalho muitas vezes e tenho que ir andando por vários lugares desertos ou pegar um taxi. Não sei se isso é normal (eu acho que não, no Rio era tudo muito mais movimentado), se é coisa do bairro que eu moro ou se é coisa de cidade do interior. Só sei que não gosto. Já cheguei a ver um assalto no ponto em que eu estava esperando o ônibus (viu, gente? não é só o Rio que é violento), mas era realmente uma situação excepcional: era tarde (umas 11 e meia da noite) e o lugar tem muitos moradores de rua. Eu realmente não sei o que passou pela minha cabeça para não pegar um táxi em frente ao Diamond Mall (onde eu peguei o ônibus que foi parar lá) ou esperar o ônibus que passa lá e deixa um pouco perto da minha casa (deveria ter pego um táxi, aprendi a lição, afinal de contas, é um pouco mais de 10 reais de taxi até a minha casa, vale a pena pela segurança).

Tirando situações excepcionais e a habitual desertidão das ruas depois das 8, tudo bem. Tem o alarme chato das portas do prédio (com menos de 5 segundos da porta ou portão abertos, um alarme alto e chato começa a tocar), mas isso eu já tô até começando a ignorar :)

Nada é perfeito, né? Mas tudo está indo bem :) Pretendo tirar carteira de motorista e futuramente comprar um carro para driblar a questão da segurança (ou não... hehehe) e o resto vai se ajeitando com o tempo. Daqui a pouco eu acabo de montar a cozinha e a área de serviço e depois eu monto a sala. Vai levar um tempinho, mas vai ser tranquilo :) A parte mais difícil é receber as entregas... hehehe

Beijo, pessoal!